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sábado, 17 de dezembro de 2011

Acerca de Daniel Leite - Por Pr. Paulo Emanoel

Tive acesso ao texto escrito pelo Pr. Paulo Emanoel, onde imprime suas lembranças, sentimentos e impressões acerca da pessoa, história e vida do Pr. Daniel Leite Fonseca. Me emocionei, confesso. Como amiga, ovelha e filha não pude deixar de encher-me de orgulho. Fatos! Veio-me o desejo de publicar o texto, sem autorização do autor ou do homenageado. Ei-lo: (Suzana Leite Fonseca).
Hoje acordei com um ímpeto de escrever sobre Daniel Leite Fonseca.
Conheço Daniel desde aproximadamente 1965, quando ele e sua esposa Marli estudavam no STEB. Existe um Cantor Cristão com música na Terceira Igreja Batista que tem a assinatura dos dois, oferecendo-o à Terceira Igreja. Não só deles, mas de toda a turma de alunos do educandário.
Lembro-me que certa feita, o Dalton Said Henriques havia terminado de pregar na igreja e mamãe elogiou-o, dizendo ser ele um grande pregador. O Daniel pregava mais frequentemente e eu gostava de ouvi-lo falando. Sempre apreciei pessoas que falavam bem e o Daniel era um destes.
Acho que ele e a Marli já eram casados. Formavam um par muito bonito. Ela era minha professora na Escola Dominical. Um parênteses. Meu irmão Cornélio Augusto é hoje o maior expoente em memorização da Bíblia que conheço no mundo(já esteve nos Estados Unidos, Israel e tem estado mais frequentemente na Europa). Mas a Marli levou a classe a decorar os Dez Mandamentos e como eu era o primeiro da classe, sei de cor esta passagem até hoje, graças à boa didática da Marli. De certa forma, ela foi uma das coadjuvantes do ministério A Bíblia Falada, quando o Cornélio ainda deveria ter seus 4 aninhos.
Voltando ao Daniel. Passei minha adolescência e juventude na Terceira e o Daniel se foi. Lembro-me de tê-lo encontrado posteriormente, quando eu era vice presidente do CONCEJUBAN(Congresso Central da Juventude Batista Nacional) e estávamos em uma reunião na Igreja Batista do Barreiro (atual Comunidade Batista Shalom), quando combinávamos acerca do congresso. Sobressaíam nos debates o Aurelino Mendes Muniz Filho, o Josibel de Moura Rocha e naturalmente, o Daniel. Apesar de considerar os primeiros ótimos oradores, percebi que o Daniel tinha um tirocínio à parte, pois ele articulava muito bem as palavras, as ideias e uma fartura de vocabulário que os outros não tinham.
Depois, lembro-me do Daniel, alguns anos depois, saindo para o norte de Minas em missões. Quando ele voltou eu era seminarista do Bíblico Mineiro e ele montara uma pequena lanchonete nas cercanias, onde eu e alguns colegas saíamos no intervalo, para comer um bolinho e uma vitamina de frutas da qual me recordo muito bem.
A gente papeava bastante. Vem à minha memória uma conversa que tive com o Aguilar Porto de Oliveira, por volta de 1979, quando este me dizia que o Daniel não abria mão de trabalhar secularmente, ao que tudo indicava, pelo motivo de ter passado dificuldades em relação ao sustento que a convenção lhe enviava. Apoiei a decisão sábia do Daniel e creio que até os dias de hoje predomina na convenção esta postura, de que missionário tem que sofrer no campo. Isto ensejou a que ex missionários da mesma, como o Jonas Neves, ao pastorearem uma igreja convencional tipo Lagoinha, mandassem o plano cooperativo diretamente aos missionários e depois enviasse o recibo da contribuição para a CBN, porque a experiência lhes mostrava que o dinheiro era mal administrado pela cúpula denominacional.
Nesse meio tempo, certa feita eu estava dirigindo o meu veículo na região industrial e ouvi o Daniel pregando no rádio sobre fotografia.
Passados alguns anos, vi o Daniel como parlamentar. No meu modo de entender, ele é imbatível. Conduzindo uma assembléia de qualquer setor da Convenção, ele sempre se refere à presidência da assembléia como "à mesa" e jamais foi um caudilho na condução dos assuntos. De certa forma, acho que ele até superou Enéas Tognini, dirigindo uma assembléia. Infelizmente, vejo Conselhos de Pastores e mega igrejas que se originaram de nossa convenção e que hoje são dirigidos "à la Mussolini" , tendo o pastor presidente a primeira, a segunda e a última palavra, além das condutas não-verbais. Este não é o caso do Daniel que, sempre que se sentia sem fundamentos para dirigir as reuniões, recorria a pastores mais experientes como Hilton Quadros Cordeiro, Wilton Sampaio e Lucy-Mar de Almeida Campos durante a própria assembléia, sem achar que isto o diminuía perante os participantes.
Daniel é um autêntico pastor batista, lídimo discípulo da geração que nos formou, a Convenção Batista Brasileira. Presidente da Convenção, da Ormiban, secretário executivo da Convenção, associações, etc, jamais se viu alguém com tal postura de parlamentar como o ilustre Daniel.
Pois bem. Hoje o Daniel é um homem maduro. Embora as cãs lhe sejam abundantes, dada a vasta cabeleira leonina, ele continua o homem farto de vocabulário, o tirocínio cada vez mais afiado. Surpreendeu-me a condução de um bate-papo que ele coordenou no último domingo em Betim com o decano Wilson Regis, quando questionou a metamorfose sofrida pelo ínclito pastor com tal maestria e elegância, sem provocar arrepios ou aquelas respostas grosseiras de alguns dos nossos políticos e representantes denominacionais. Daniel é um homem inteligente, sensato e pude constatar, um homem profundamente comprometido com a compaixão pelos acidentados pela vida. Almocei com o Antônio Resende, um ex examinador teológico que ousou me consagrar ao ministério e percebi a profunda gratidão que o mesmo tem pelo Daniel, pelo socorro que lhe é prestado nos momentos agrestes da vida.
Acho que paro por aqui. Fora do Arraial está assumindo uma posição de vanguarda em relação ao pensamento evangélico. Embora ainda poucos, pode-se ver nos seus componentes a postura de gente que pensa, de Fé Consciente, o opúsculo com o qual fui presenteado pelo Daniel, o qual li, ávido, na madrugada de terça-feira. Vê-se novamente a mentoria de Daniel Leite Fonseca, influenciando gerações, forjando caracteres, amado pela igreja que pastoreou durante cerca de 30 anos e mesmo naqueles que não mais são suas ovelhas, ou deixaram de ser em algum momento de suas existências, percebe-se uma admiração por este talentoso homem.
Eu sabia que o Silas, irmão do Daniel, era um expoente em nosso vernáculo escrito. Mas o Daniel domina tanto a arte escrita, quando a falada. E isto me alegra, pois sou amigo dele.
Bola pra frente, amigão! Que Deus lhe conceda a vitória em todos os seus termos e projetos.
Paulo Emanoel

Um comentário:

AJr disse...

Ao fim da leitura lembrei-me do filme Mr. Holland - Adorável Professor (com Richard Dreyfuss,1995). Pessoas passam pela nossa vida e não temos a dimensão do impacto de nossas ações em seus "modus vivendi". Parabéns Paulo pelo texto e parabéns Daniel pela sua determinação em seguir, com uma fé consciente, o Criador da Graça Redentora.