"FORA DO ARRAIAL arma-se tendas. Apenas isto. Leves e desmontáveis. Como fazem os peregrinos. O que conta é caminhar. Caminhar sempre. Cruzar fronteiras. E para caminhar é preciso leveza, simplicidade e um viver desinstalado."
Está vencendo o nosso contrato com o Kito, proprietário da Chácara onde nos reunimos por dois anos e que temos chamado de “Cidade Refúgio”.
Contrato vencido, é hora de desmontar a barraca e retomar a condição habiru ou, se quiser, de hebreus.
Os dois anos de convivência dominical, na chácara da Edméia Lazarotti, foram-nos especiais. Ali, fortaleceu em nós a consciência de que igreja é coisa simples e leve.
Ficará, da chácara, a agradável lembrança da mesa farta, coberta de bolos, biscoitos, refrigerantes e o inconfundível chá de alfavaca que, certamente, se manterá como símbolo de nossa comunhão, alegria e descontração, onde quer que estejamos nos encontrando.
E, sobretudo, também da chácara, ficará a compreensão de que igreja, pouco tem a ver com prédios, ativismos, cargos, disputas político/religiosas, e muito a ver com gente. Gente/amizade, gente/comunhão; fé lúcida e consciente.
Confesso que essa vida simples e desinstalada está sendo, para mim, uma experiência nova e gratificante e, também, me ensinando a depender mais dEle; a viver pela fé e saborear a alegria dos fatos de cada dia, de cada hora, de cada momento.
Percebo que companheiros de caminhada também estão descobrindo a simplicidade de ser igreja e, portanto, mais preparados para a vida nômade, na compreensão de que sendo igreja, vale o encontro em qualquer lugar: nas casas, no prédio do colégio, no auditório do hotel, na lanchonete ou na padaria da esquina.
Se você pretendia me perguntar onde nos reuniremos doravante, creio ter acabado de responder.
Uma coisa é certa. Certíssima! Continuaremos nos encontrando normal e regularmente.
Somos como namorados proibidos: sempre se acha um lugar para se encontrar! Temos aprendido que igreja somos nós e não o lugar do encontro ou da reunião. Hoje, com a Internet, tudo ficou mais fácil. Temos o blog, e-mails, facebook, etc. Aliás, não tendo um lugar fixo de adoração, seremos até mais coerentes com a mensagem Fora do Arraial.
Da chácara ficam somente boas lembranças: O chá de alfavaca que acabou virando Alfagraça, os agradáveis bate-papos, os saborosos almoços, o estudo de Gálatas (versículo por versículo) e de I Coríntios (chegamos ao Cap. 8/11 - até aqui), os cultos, as Ceias - de maneira especial aquela com o Bregatim, e tantos outros momentos marcantes.
Finalmente, na virada do ano, gostaria de ter todos vocês comigo, aqui no Vale da Serra. Poderemos fazer uma bela e farta ceia de fim de ano, com muita gratidão a Deus pelo ano de 2011 e um barulhento foguetório (foguetes mesmo!), manifestando a nossa alegria com a chegada de 2012.
Vamos ?
Abração,
Dnl
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