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terça-feira, 31 de maio de 2011

Crises da Vida 5 "Ajudando uns aos Outros" - Por Rafael Rodrigues

            Na reflexão anterior, abordamos o modelo de aconselhamento pastoral em situações de crise do autor Gary Collins. Hoje, veremos a perspectiva de Howard Clinebell, autor do livro “Aconselhamento Pastoral: modelo centrado e libertação e crescimento”, que se tornou um clássico da área de aconselhamento, sendo adotado como livro base em diversos seminários de teologia nos Estados Unidos e no Brasil.
Segundo Clinibell, a posição que um pastor ocupa dentro de sua comunidade permite-lhe encontrar várias pessoas que não procurariam um aconselhamento formal. Por esta razão, ele inicialmente propõe o modelo de aconselhamento informal, em que o pastor aprende a reconhecer as oportunidades de aconselhamento em contatos interpessoais. O pastor começa a realizar aconselhamento em casos de crise, de cunho informal, em encontros corriqueiros no dia a dia da comunidade.
O aconselhamento é caracterizado de informal quando o ambiente é a esquina de uma rua, um quarto de hospital, uma sala de estar; um encontro casual que não se identifica como uma sessão de aconselhamento; e sem estrutura e sequência de duração. As oportunidades frequentemente ocorrem em visitas do pastor a membros nas suas casas ou hospitais. Duas condições tornam estes encontros em aconselhamento informal: certo grau de consciência do problema por parte do membro, e a disposição de receber ajuda do pastor.
Para Clinebell, muitas pessoas enfrentam dificuldade em marcar um aconselhamento formal pelo fato desta atitude reforçar sentimentos de fracasso, impotência e baixa autoestima. Sendo assim, o pastor pode utilizar este recurso do aconselhamento informal colocando-se a disposição de seus membros, oferecendo-lhes a ajuda necessária.
Algumas dicas que Clinebell fornece para a criação de oportunidades de aconselhamento informal são: ter uma lista confidencial e atualizada de pessoas que o pastor suspeita ou sabe que se encontram em uma situação de crise; identificação de oportunidades por meio  da sensibilidade para sinais sutis de dificuldades; fazer perguntas ou afirmações que rompam a barreira da superficialidade e tragam a tona os verdadeiros sentimentos e anseios; ouvir e responder aos sentimentos manifestos pelas pessoas em crise
O aconselhamento informal pode tranquilamente mudar para o formal, se a pessoa for encorajada a fazê-lo, e se for colocado a sua disposição um horário para o encontro.
Em casos de crise, o aconselhamento formal geralmente é de curto prazo, não ultrapassando cinco sessões, o que exige do pastor habilidades necessárias para prestar ajuda num breve contato, e não significa superficialidade nos resultados.
Entretanto, o pastor pode se pautar pelos seguintes objetivos no aconselhamento de curto prazo, que servem tanto para o modelo informal, quanto para o formal: proporcionar um relacionamento caracterizado por apoio e empatia; ajudar as pessoas a mobilizar seus recursos intrínsecos de enfrentamento; ajudar as pessoas a lidar direta e responsavelmente com uma decisão específica; auxiliar no processo de obtenção de uma perspectiva mais ampla e construtiva da situação; interromper reações de pânico e agressivas; ajudar na escolha de um plano de ação promissor e sua execução; orientação por meio de idéias úteis e sugestões; estímulo a autoconfiança e competência funcional; estabelecer um relacionamento caloroso e aceitador, que promova um posterior retorno; fazer encaminhamentos se forem constatados distúrbios profundos que necessitam de assistência médica, psiquiátrica ou outra forma de ajuda especializada
Ainda que Clinebell opte na sua abordagem em enfatizar a figura do pastor ou pastora, o aconselhamento em casos de crise pode ser realizado por qualquer pessoa de uma comunidade cristã, que se disponha a buscar as ferramentas e a capacitação necessária para fazê-lo.
A proposta de um aconselhamento informal é uma boa sugestão para acompanhar uma pessoa em crise, sobretudo, quando ambos, conselheiro e aconselhado, não dispõem de muito tempo para marcar uma conversa. Um encontro não premeditado, durante uma caminhada ao ar livre, pode se tornar na grande oportunidade de alguém que está em crise de ser ouvido, consolado e orientado por outra pessoa que está aberta para ajudá-lo.
Na próxima reflexão, a última desta série, estudaremos um modelo que propõe a sabedoria bíblica como a referência principal na prática do aconselhamento.
           

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